Gradualmente a idéia da auto-iniciação está se espalhando na forma de uma iniciação a um culto, crença ou tradição. Em particular isto é comum nas formas da wicca e bruxaria eclética. Esta é uma idéia curiosa que ao mesmo tempo em que adentra no cerne, se lança para fora dele. Percebo a natureza da auto-iniciação como refletindo um indivíduo que sente um certo chamado e administra os ritos de sua indução sem um intermediário ou professor presente. É uma oferta de servitude e dedicação ao poder que se deseja evocar. Pelo lado bom denota uma escolha pessoal e uma afirmação de crença, aonde o espírito anfitrião é evocado para testemunhar o ato. É um sintoma da humanidade sentindo-se espiritualmente perdida e que procura se reconectar com o que percebe estar perdido. Eles querem se re-ligar, re-anelar sua crença, eles querem fazer sua religião. Muito frequentemente o que está acontecendo é verdadeiramente o que o termo auto-iniciação significa, que você se inicia (espiritualmente). É uma declaração à Criação de que você está se engajando em uma busca espiritual.
Isto é maravilhoso, mas torna-se problemático quando o mesmo auto-iniciado proclama ser iniciado em um culto, crença ou tradição existente, na qual ele não possui qualquer vínculo pelo sangue ou sopro. Nisto eles tentam se re-ligar a algo que está perdido ou algo que nunca esteve lá. Eles se auto-iniciam em uma fantasia de inclusão.
Esta idéia extendida de auto-iniciação - de que você enquanto um auto-dedicado pode escolher um culto ou tradição e dizer que você faz parte - é enganoso se não uma fanfarronice, especialmente quando a tradição em questão existe e você foi incapaz de se conectar a ela. De minha perspectiva, isto deveria te dizer algo, que sua dedicação não foi atraente aos seus pares. É o que acontece em muitos dos casos, onde pessoas simplesmente usurpam tradições e crenças e se auto-adotam em um caminho sem qualquer aprovação ou ligação com a tradição em questão.
Esta é uma possibilidade moderna e é uma das razões pela qual vejo a modernidade como um regresso e não como um progresso positivo. Então temos pessoas auto-iniciadas na Stregoneria ou bruxaria Basca. Estas pessoas comumentemente são atraídas à ilusão do nome ou da mitopoesia que eles puderem reter, mas para mim, que pus o pé na sujeira e bebi deste fogo é estranho ver esta possibilidade surgindo; de que uma pessoa com uma inclinação sentimental se imponha sobre meu sangue e família. É ainda pior quando vejo que nada dizem do meu sangue e da minha família, mas somente uma devoção deslocada e falha a qualquer que seja o espírito nos ditos panteões, demonstrando uma completa falta de entendimento, veneração e compreensão do mistério que fez sua teia sob a tradição em questão. Para mim é tão estranho quanto se eu decidisse adotar-me na família de Bragança ou Lionheart só porque eu senti uma afinidade com o brasão da família. Acho isso muito ridículo, porque uma tradição verdadeira age como uma rocha sólida para nossa crença. É a encruzilhada entre o próprio sangue e os que trazem a marca que media a tradição propriamente. Isto se manifesta em Magisters e Damas sólidos, que asseguram a passagem da tocha para que o trovão dos inomináveis possa te incendiar na totalidade de seu potencial. Tradição é a encruzilhada de intercessores humanos e mortais que grava a luz nas pedras
Esta é uma possibilidade moderna e é uma das razões pela qual vejo a modernidade como um regresso e não como um progresso positivo. Então temos pessoas auto-iniciadas na Stregoneria ou bruxaria Basca. Estas pessoas comumentemente são atraídas à ilusão do nome ou da mitopoesia que eles puderem reter, mas para mim, que pus o pé na sujeira e bebi deste fogo é estranho ver esta possibilidade surgindo; de que uma pessoa com uma inclinação sentimental se imponha sobre meu sangue e família. É ainda pior quando vejo que nada dizem do meu sangue e da minha família, mas somente uma devoção deslocada e falha a qualquer que seja o espírito nos ditos panteões, demonstrando uma completa falta de entendimento, veneração e compreensão do mistério que fez sua teia sob a tradição em questão. Para mim é tão estranho quanto se eu decidisse adotar-me na família de Bragança ou Lionheart só porque eu senti uma afinidade com o brasão da família. Acho isso muito ridículo, porque uma tradição verdadeira age como uma rocha sólida para nossa crença. É a encruzilhada entre o próprio sangue e os que trazem a marca que media a tradição propriamente. Isto se manifesta em Magisters e Damas sólidos, que asseguram a passagem da tocha para que o trovão dos inomináveis possa te incendiar na totalidade de seu potencial. Tradição é a encruzilhada de intercessores humanos e mortais que grava a luz nas pedras
Creio que uma boa iniciação no caminho possa começar com uma dedicação solitária à natureza e um espírito escolhido. Mas isto é o começo de um caminhar, não uma aceitação comunitária que se toma em um sopro, vinho e sangue dado no momento da sua dedicação. A auto-iniciação fala do início de sua jornada espiritual. Isto é algo bom enquanto mantivermos a atenção em nós mesmos e não projetamos isto a uma fantasia de inclusão.
Acho que outro vírus moderno é aquele em que todos querem ser algo eminentes e dignos em nome da ambição. Todos querem ser sacerdotes e sacerdotisas de algo. Nisto a busca espiritual se torna um expositor de problemas pessoais. Ao almejar títulos e status, podemos esquecer de nossa essência e o grande trabalho que somos presenteados quando chega o trabalho sobre a essência. Ao fazer isto, podemos transmitir nossa prória disfunção a um grupo maior e nos inclinarmos aos problemas que demos a outros, como se eles não pertencessem ao fundador da crença disfuncional. Isto é importante, porque quando você assume o papel de sacerdote, sacerdotisa, mestre, guru, magister, sua qualidade neste serviço repousa em como você iniciou e resolveu os mistérios do ser.
Então, aqui apresento para a reflexão: quando você busca uma auto-iniciação, o que você busca? Quando você declara uma denominação ou um pedigree tradicional à sua iniciação, o que você está realmente afirmando? Quando você afirma que é sacerdote/sacerdotisa, quem é você realmente e por que você assumiu este ofício?
Por Nicholaj de Mattos Frisvold
do blog The Starry Cave
Traduzido por Beto Quintas
Por Nicholaj de Mattos Frisvold
do blog The Starry Cave
Traduzido por Beto Quintas
muito melhor.
ResponderExcluiragradeço à Qelimat pelas correções.
Me vi inevitavelmente nesse beco sem saída, e percebi a tempo de continuar minha busca, que essa auto-dedicação não me conectaria com um mistério ancestral.
ResponderExcluirDecidi buscar um mestre numa tradição. Mas lendo esse texto aqui, me ajudou a refletir sobre coisas que ja havia pensado antes, mas com uma profundidade maior.