quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Bruxaria Tradicional e o Trabalho com os Demônios

“Uma vez que abrimos os olhos a esta outra dimensão, quando de fato enfrentamos o desafio e podemos compreender o quão real ela é, podemos nos valer do livre-arbítrio e fecharmos os olhos novamente, ou nos preenchermos do velado poder do ‘Espírito Santo’ para nos preparar para o próximo ciclo. O ‘Espírito Santo’ é o poder que escapa nas rachaduras da abóbada celeste, que dá sua atenção somente àqueles de verdadeiro potencial espiritual, dentro do que os peregrinos chamam de Basílica da Santidade Negra. Aqui está o ponto onde se separa o Santo do Mundano, pois este processo é o do despojamento último, da nudez total de todos os valores morais agregados ao ser. Só assim somos capazes de descobrirmos a biografia dos demônios e consequentemente, os nossos”.

O texto A Bruxaria Tradicional e o Trabalho com os Demônios, trata de questões que em alguns momentos podem passar despercebidas. No início do ensaio, Qelimath fala sobre como a verdade é percebida individualmente, e que durante o trilhar do Caminho, a cada novo passo, é oferecido ao peregrino a capacidade de perceber a mudança, seja dessa verdade individual, seja da forma como ela é percebida: A realidade muda de acordo com o que se experimenta e só através da disposição de uma experimentação mais ampla se é capaz de alcançar uma fração maior da sabedoria.

É mencionado novamente a Encruzilhada, o encontro de dois caminhos, onde o peregrino fará escolhas: Tal escolha exigirá bravura em um nível raramente experimentado anteriormente: a saída da zona de conforto para um turbilhão de experiências que irão muitas vezes nos tirar todo o chão. [...] Aqui cabe adicionar que o trabalho deste nível é destinado aos fortes de espírito, àqueles que não se deixam abater por seus demônios traduzidos em neuroses e paranóias. A meta é encontrar o ponto onde negação e afirmação se alinha no fortalecimento do ser. Não é um caminho para muitos, mas um dos caminhos.


Boa leitura!


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Processo de formação da Bruxaria Tradicional no Nordeste Italiano

Neste fascinante ensaio, dividido em três partes, Mazarol Rosmarin - um praticante hereditário de Bruxaria Tradicional do Nordeste da Itália (Stregoneria) nos fala sobre todo o processo de formação da bruxaria naquela região.

...A tradição popular por si, também chamada de catolicismo popular pelos atuais teólogos, é uma mescla de catolicismo com tradições folclóricas, numa espécie de animismo, onde santos e espíritos pagãos se tornaram a mesma entidade para o povo, discordando da visão eclesial e dos antigos pagãos, nascendo algo novo, que demonstra a fluidez e dinamismo da cultura. Assim, figuras veneradas a três mil anos nos alpes italianos, são ainda hoje veneradas, mas na forma de santos e demônios, ou seja, o antigo culto se adaptou à nova realidade, criando uma micro cultura, dentro da cultura dominante, e por isso não podendo ser totalmente independente dela. Esse é o processo de inculturação ao qual negros, indígenas e judeus passaram mais recentemente...



terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Lobo Ferreiro – Parte 1

Do martelo à bigorna, do fole ao fogo, a força mágica que o Ferreiro carrega com seu ofício na forja vem permitir mais que uma simples aparência criadora.


Como é notório, dos ofícios ligados à transformação dos metais, o de ferreiro é o mais significativo quanto à importância e a ambivalência dos conteúdos que implica, e é aqui o ponto "x", da alquimia da bruxa. 

O martelo, o fole, a bigorna, revelam-se como seres animados e arrebatadores. Supõe-se que podem operar por sua própria força mágico-religiosa, até mesmo sem ajuda do ferreiro e este por sua vez deve dominar essa arte.


A forja comporta um feitio cosmogônico, criador e infernal, nada menos que um aspecto iniciático, que por fim revela-se na edificação do ser. Eis a ocupação primeva da bruxa tradicional. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Especial Dia de Finados: Ensaios sobre a Morte e os Mortos - Bruxaria Tradicional

O mês de Novembro, que se abre com o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, é um período de devoção ainda mais especial aos Mortos, seja na Bruxaria Tradicional, seja em diversas outras culturas e caminhos do espírito.

Para coroar este mês, o Crux Sabbati trouxe uma série de artigos especialmente para este período.

Leia sobre a Necromancia na Bruxaria Tradicional da Sérvia, sobre o Dia de los Muertos, sobre os costumes relacionados aos mortos nos alpes orientais, conheça o Hino Órfico para a Morte e saiba mais sobre como são comemorados os Mortos no Vodou do Haiti.