“Uma vez que abrimos os olhos a esta outra dimensão, quando de fato enfrentamos o desafio e podemos compreender o quão real ela é, podemos nos valer do livre-arbítrio e fecharmos os olhos novamente, ou nos preenchermos do velado poder do ‘Espírito Santo’ para nos preparar para o próximo ciclo. O ‘Espírito Santo’ é o poder que escapa nas rachaduras da abóbada celeste, que dá sua atenção somente àqueles de verdadeiro potencial espiritual, dentro do que os peregrinos chamam de Basílica da Santidade Negra. Aqui está o ponto onde se separa o Santo do Mundano, pois este processo é o do despojamento último, da nudez total de todos os valores morais agregados ao ser. Só assim somos capazes de descobrirmos a biografia dos demônios e consequentemente, os nossos”.
O texto A Bruxaria Tradicional e o Trabalho com os Demônios, trata de questões que em alguns momentos podem passar despercebidas. No início do ensaio, Qelimath fala sobre como a verdade é percebida individualmente, e que durante o trilhar do Caminho, a cada novo passo, é oferecido ao peregrino a capacidade de perceber a mudança, seja dessa verdade individual, seja da forma como ela é percebida: “A realidade muda de acordo com o que se experimenta e só através da disposição de uma experimentação mais ampla se é capaz de alcançar uma fração maior da sabedoria.”
É mencionado novamente a Encruzilhada, o encontro de dois caminhos, onde o peregrino fará escolhas: “Tal escolha exigirá bravura em um nível raramente experimentado anteriormente: a saída da zona de conforto para um turbilhão de experiências que irão muitas vezes nos tirar todo o chão. [...] Aqui cabe adicionar que o trabalho deste nível é destinado aos fortes de espírito, àqueles que não se deixam abater por seus demônios traduzidos em neuroses e paranóias. A meta é encontrar o ponto onde negação e afirmação se alinha no fortalecimento do ser. Não é um caminho para muitos, mas um dos caminhos.”
Boa leitura!
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